Saiba como identificar o TEA (Transtorno do Espectro Autista) !!!
- Dr. Osiris
- 17 de mai. de 2021
- 3 min de leitura
Autismo infantil precoce AIT e TEA Transtornos do Espectro autista
Diagnóstico
Eixos caracterológicos para a complementação diagnóstica. Devem estar presentes ao menos oito dos dezesseis itens a seguir, sendo pelo menos 2 (dois) de A, 1 (um) de B e 1 (um) de C, como início antes dos 48 meses.
A. Incapacidade quali-quantitativa nas habilidades de integração social recíproca. Descolamento, desligamento, ausência do vínculo afetivo.
1. Acentuada falta de alerta, inclusive com risco próprio. Ausência do sentimento de medo. Ausência de demonstrações de reconhecimento do outro ... trata o outro como se fora uma peça de mobília, não observa sofrimento de outra pessoa, sem noção de privacidade própria e dos demais.
2. Ausência ou busca anormal de conforto por ocasião de sofrimento. Não procura por conforto mesmo quando doente, ferido, ou cansado; essa busca é estereotipada. Sorri ou chora em situações ambíguas e descontextualizadas.
3. Imitação ausente ou comprometida. Não acena, não cumprimenta ou o faz de forma típica. Não reproduz nem imita gestos e ou atividades domésticas e, se o faz, é desajeitado e fora do contexto.
4. Jogo social anormal ou ausente. Não participa de jogos sociais e não intui a razão, a lógica e as regras do jogo. Não tem instinto gregário, preferindo sempre atividades solitárias de entretenimento. Usa as pessoas como
instrumento ou ferramenta para atingir seu objetivo.
5. Incapacidade notável de fazer amizade com seus pares. Não consegue atuar em dupla ou grupo com outras crianças. Não compreende normas e convenções sociais. Não percebe nem intui o interesse ou desinteresse do outro.
B. Incapacidade quali-quantitativa na comunicação verbal e não verbal e na atividade imaginativa. Transtornos no domínio da linguagem, da fala e da comunicação.
6. Ausência de modos de comunicação, como balbucio comunicativo, expressão facial, gestos, mímica ou fala.
7. Comunicação não verbal acentuadamente anormal. Dificuldade de fixar o olhar no olhar do outro. Dificuldades na modulação da gestualidade do contato social afetivo, não abraça, não beija, não se antecipa ao ato da interação pessoal, rechaça e enrijece o corpo à tentativas de aproximação, não olha nem sorri comunicativamente. Não cumprimenta. Não interage.
8. Ausência de atividade intelectual imaginativa colaborativa. Incapaz de teatralizar reproduzindo papeis, personagens, fantasia, animais. Falta de interesse em histórias infantis. Intensa atividade eidética, sendo percebida como riso espontâneo e solitário, agitando-se e divertindo-se em resposta a sua própria imaginação.
9. Anormalidades marcantes na produção do discurso como na modulação do volume da voz, da entonação, do ritmo e velocidade da fala. Dificuldade para cantar.
10. Anormalidade marcantes na forma e conteúdo do discurso, incluindo o uso repetitivo e estereotipado da fala. Ecolalia, repetição de comerciais. Uso inapropriado de pronomes, por exemplo “você” para se referir a si próprio. Uso idiossincrásico de palavras e frases... “ir balançar na grama”. Apartes irrelevantes e fora do contexto numa conversa.
11. Incapacidade notável na habilidade de iniciar e sustentar uma conversação com outros, apesar de fala relativamente adequada, incompreensão e indiferença às interjeições e prosódia.
C. Repertório de atividades e interesses acentuadamente restritos.
Transtornos no domínio da cognição, memória e sensopercepção.
12. Movimentos corporais estereotipados. Bater (“Flapping”) de mãos, fiação, pianotagem, giro e golpes de cabeça (“head rocking”) e movimentos complexos de corpo e membros.
13. Preocupação insistente e fixa com objetos e suas partes, cheirar e tatear texturas de materiais, giro-rotação de brinquedos e rodas, vínculo obsessivo com pequenos objetos de madeira, vidro, espelho.
14. Sofrimento notável com mudanças triviais no ambiente, podendo mesmo apresentar crises francamente psicóticas com pequenas modificações na posição de móveis e objetos de arte domésticos.
15. Insistência sem motivo aparente para seguir rotinas com detalhes precisos, por exemplo, realizar sempre o mesmo caminho em direção a compras e recusar mudanças de trajeto.
16. Âmbito restrito de interesses e preocupação excessiva com interesses limitados. Enfileirar objetos, acumular fatos sem importância, colecionar objetos esquisitos, simulações estranhas, memorizar datas e números com facilidade.
D. Início na primeira infância, em geral antes dos 60 meses de idade.
Pode haver um período de desenvolvimento seguido por parada súbita sem causa aparente.
É de se notar que as observações acima caracterizam posturas, atitudes e comportamentos individuais, não sendo possível adotar generalizações. Entretanto representam uma janela de observações para orientar o diagnóstico que sempre será clínico. Para a configuração do diagnóstico de autismo supõe-se ausência de lesões encefálicas. Na presença destas o diagnóstico neurológico é subjacente ao comportamento autístico e deverá prevalecer no entendimento dos prejuízos de natureza perceptual, motora, psicomotora, cognitiva, afetiva e sensitivo-sensorial. Não se confunde autismo com síndromes encefálicas de deficiência ou
retardamento mental, muito embora o portador de deficiência ou retardamento mental possa apresentar comportamentos autísticos. O tratamento precoce ou instituído em qualquer idade modificará de forma sensível a sintomatologia.
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