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Referências Bibliográficas
Werner Reitboeck and Eckhorn 1993
O trabalho de Werner Reitboeck e Reinhard Eckhorn sobre a construção de conceitos pelo sistema nervoso (dos neurônios à cognição) está enraizado em suas pesquisas sobre sincronização neural oscilatória e como o cérebro integra informações para formar percepções e conceitos complexos.
Principais Ideias
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Ligação de Características (Feature Binding)
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Eles propuseram que a sincronização de disparos neuronais em frequências gama (~40 Hz) permite que o cérebro "una" características visuais dispersas (como cor, forma e movimento) em um objeto coerente.
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Exemplo: Quando você vê um gato, neurônios que processam seu pelo, movimento e cor disparam em sincronia, criando uma representação unificada.
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Rede Neural Oscilatória (Modelo de Eckhorn)
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Desenvolveram um modelo matemático de como populações de neurônios interagem para gerar padrões sincronizados.
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Essas oscilações podem ser a base para agrupamento perceptivo e formação de conceitos.
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Do Neurônio à Cognição
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A sincronização não é apenas local; redes distribuídas no córtex podem se coordenar para formar representações hierárquicas (de bordas simples a objetos complexos).
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Isso conecta mecanismos neurais de baixo nível (ex.: V1 no córtex visual) a funções cognitivas superiores (ex.: reconhecimento, memória).
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Implicações para Consciência e Aprendizado
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Teorias como o "Espaço de Trabalho Global" (Dehaene, Baars) usam esses princípios para explicar como informações se tornam conscientes.
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A plasticidade das redes oscilatórias pode explicar como novos conceitos são formados via aprendizagem.
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Artigos Relacionados (Década de 1990):
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Eckhorn et al. (1988) – Artigo seminal sobre oscilações coerentes (Biological Cybernetics).
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Reitboeck (1993) – Discussões sobre redes neurais dinâmicas e processamento de informação.
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Engel et al. (1991) – Sincronização como base para percepção consciente (Science).
Se você busca um artigo específico de 1993, pode ser útil verificar:
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"Oscillatory Neural Networks for Feature Linking" (Reitboeck & Eckhorn, em conferências de neurociência computacional).

Florence Goodenough (1886–1959)
Florence Laura Goodenough (1886–1959) foi uma psicóloga americana pioneira no campo da psicologia do desenvolvimento e da avaliação psicológica, conhecida principalmente por criar o Teste do Desenho da Figura Humana (Goodenough Draw-A-Man Test), uma ferramenta revolucionária para medir a inteligência infantil.
Vida e Formação
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Nascida em Honesdale, Pensilvânia, em 1886, Goodenough enfrentou desafios financeiros na juventude, mas sua determinação a levou a graduar-se em pedagogia e psicologia.
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Doutorou-se em psicologia pela Universidade de Stanford (1924), sob orientação de Lewis Terman (adaptador do teste de QI Stanford-Binet).
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Trabalhou no Instituto de Bem-Estar Infantil da Universidade de Minnesota, onde focou seus estudos no desenvolvimento cognitivo das crianças.
Contribuições Científicas
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Teste do Desenho da Figura Humana (1926):
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Desenvolvido como uma alternativa rápida e não verbal para avaliar a inteligência infantil (3 a 15 anos).
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A criança desenhava uma figura humana, e a pontuação era baseada na presença/ausência de detalhes anatômicos (ex.: olhos, mãos, proporções).
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Mais tarde, o teste foi revisado por Dale Harris (1963), tornando-se o Goodenough-Harris Drawing Test.
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Estudos sobre Desenvolvimento Infantil:
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Pesquisou a relação entre idade mental, criatividade e ambiente familiar.
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Criticou a excessiva dependência de testes de QI verbais, defendendo métodos mais inclusivos.
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Outras Obras Importantes:
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"Measurement of Intelligence by Drawings" (1926) – base do seu teste.
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"Developmental Psychology" (1934) – livro-texto pioneiro na área.
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"Exceptional Children" (1956) – sobre crianças com habilidades atípicas.
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Legado e Curiosidades
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Quebra de Barreiras: Foi uma das primeiras mulheres a liderar pesquisas em psicometria em uma época dominada por homens.
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Morte: Faleceu em 1959, após anos lutando contra o Mal de Parkinson.
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Influência: Seu teste ainda é usado (com adaptações) em contextos clínicos e educacionais, especialmente para avaliar crianças com dificuldades de linguagem.
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Frase Marcante:
"A inteligência não é apenas o que os testes tradicionais medem, mas também como a criança vê e interpreta o mundo."
Sobre o Teste da Figura Humana (Goodenough-Harris)
Objetivo: Avaliar maturidade intelectual e perceptiva em crianças.
Como funciona: A criança desenha uma pessoa; a complexidade do desenho é analisada conforme critérios padronizados.
Atualizações: Posteriormente revisado por Dale Harris (1963), tornando-se o Teste Goodenough-Harris





José Reis (1907–2002)
José Reis (1907–2002) foi um renomado jornalista científico, médico e pesquisador brasileiro, considerado um dos pioneiros da divulgação científica no Brasil. Sua carreira multifacetada combinou ciência, comunicação e educação, deixando um legado importante para a popularização do conhecimento científico no país.
Principais contribuições e fatos sobre José Reis:
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Formação multidisciplinar:
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Formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil (atual UFRJ) em 1930.
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Trabalhou como pesquisador no Instituto Butantan, especializando-se em virologia, especialmente no estudo do vírus da gripe.
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Jornalismo Científico:
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Foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em 1948.
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Escreveu por décadas para o jornal Folha de S.Paulo, onde sua coluna semanal (iniciada em 1947) se tornou referência em divulgação científica.
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Fundou a revista Ciência e Cultura da SBPC, incentivando a comunicação entre cientistas e o público.
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Prêmio José Reis de Divulgação Científica:
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Em sua homenagem, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) criou esse prêmio anual, que reconhece melhores iniciativas em divulgação científica no Brasil.
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Educação e Políticas Científicas:
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Defendeu a importância da ciência na educação básica e na formação de uma sociedade crítica.
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Participou ativamente de debates sobre políticas públicas para ciência e tecnologia no Brasil.
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Livros e Legado:
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Publicou obras como "A Ciência e os Problemas do Mundo" e "Espelho da Vida", abordando ciência de forma acessível.
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Seu trabalho influenciou gerações de comunicadores científicos, como Carlos Chagas Filho e Marcelo Gleiser.
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José Reis acreditava que a divulgação científica era uma ferramenta essencial para a democracia, permitindo que a sociedade tomasse decisões embasadas. Sua abordagem clara e engajada continua inspirando iniciativas de popularização da ciência no Brasil.
